quarta-feira, 29 de julho de 2009

Quando precisamos dizer Adeus

Viver uma linda história de amor é um sonho de muitas pessoas, dizem até que só é feliz de verdade na vida quem teve essa oportunidade, Amanda e Pedro a tiveram, mas talvez ela tenha acontecido no tempo errado, no momento em que ambos não estava preparados para vivê-la, ou simplesmente não tinha que ser.
Amanda tinha somente quinze anos quando conheceu Pedro, um rapaz considerado mais maduro por já ter dezoito anos, eles logo se apaixonaram e resolveram assumir um relacionamento “sério”.
Foram cinco anos de idas e vindas, brigas e beijos, promessas e desistências, apesar de todos, acreditarem que formavam um casal perfeito, com um futuro promissor, pois eram extremamente maduros e esforçados em tudo que se dispunha a fazer, para Amanda ainda faltava alguma coisa, havia uma peça que ela não conseguia encontrar para formar aquele mosaico feliz.

Amanda sonhava em viajar, sair, dançar, conhecer pessoas, fazer amigos, ela tinha uma alma livre demais para o conservadorismo de Pedro e isso a deixava cheia de dúvidas, não sabia mais se o que a ligava ao namorado era o amor ou apenas o compromisso firmado por ambos e ressaltado todos os dias por sua mãe.
O tempo foi passando e o namoro tornando-se mais longo, até que no aniversário de vinte e um anos de Amanda Pedro a pediu em casamento, constrangida com a supressa aceitou o pedido, decisão que mudaria sua vida e a privaria ainda mais dos sonhos que cativava em seu coração.
O vestido já estava escolhido, a dada marcada e a noiva extremamente infeliz, tentando encontrar uma maneira de livrar-se daquela decisão equivocada, não que não sentisse carinho por Pedro, mas ele a sufocava com planos tão perfeitos, com gestos tão românticos que a mantinham cada vez mais presa aquela situação. Sem saber mais o que fazer resolver pedir um tempo ao noivo, disse que estava confusa e que precisava colocar suas idéias nos lugar, ele apesar de chateado concordou, mas sua mãe foi terminantemente contra a decisão, dizia que se Amanda não se casasse com Pedro nunca mais encontraria alguém que a amasse, que seria apenas “usada” por outros rapazes que não queriam compromisso e que sofreria arrependida por ter perdido alguém tão maravilhoso.
A insistência de Pedro e as pressões da mãe contribuíram para que Amanda desenvolvesse um quando depressivo. O pai da moça decidiu então apoiá-la para que ela rompesse de vez com o noivado, ao contrario da mãe ele percebia que aquele casamento poderia arruinar a vida do casal.
Após muito sofrimento, enfrentando duras criticas todos os dias dentro e fora de casa, porque ninguém conseguia entender como ela poderia desistir de uma vida tão perfeita e de um homem tão especial como Pedro, Amanda resistiu e rompeu o compromisso, o rapaz ainda tentou reconquistar a amada durante dias, semanas, meses e anos, a cada oportunidade que tinha de estarem juntos ele acreditava poder resgatar a história que viveram, investidas sem sucesso, para ela era realmente o fim.
Amanda viajou, estudou, se formou, leu seus livros, ouviu suas músicas, se divertiu com amigos, beijou outros garotos e se apaixonou outras vezes, aprendeu a cozinhar dirigir e morou sozinha, seis anos depois conheceu Breno, amor a primeira vista, namoro de um ano, noivado de seis meses, casamento e planos para filhos, viagens e uma vida juntos, sem cobranças ou pressões somente com sonhos e o desejo de dividir e aceitar as diferenças.
Pedro também se casou hoje esta feliz e apaixonado novamente, deixou-se curar pelo tempo e caminhou em direção ao seu destino que ao contrario do que ele acreditava não era ao lado de Amanda.
Conseguir admitir que algo que nos parece tão perfeito pode não nos trazer a felicidade nos machuca, e quanto mais lutamos contra nossos sentimentos, intuições e sonhos mais nos violentamos e perdemos a capacidade de ser e fazer feliz, assim também sofremos e fazemos sofrer, quando não aceitamos as decisões de quem deseja tomar outro caminho que não seja o nosso e que não nos inclui do modo que gostaríamos em sua vida.
Tudo tem seu tempo sua vez e seu fim, mas nos apegamos com tamanha força a nossa dificuldade de dizer adeus que acabamos prolongamos algo inevitável de acontecer, a nossa própria história.

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